Comande a bateria da Grande Rio

Mais uma vez , a bateria é a do Mestre Ciça , porém o ano é 2011e a escola é a Grande Rio .

Ajudados pela IG , os engenheiros e infografistas conseguiram captar os sons emitidos pelos instrumentos e separa-los para serem executados no aplicativo .

Como passamos por  etapas nesse início de blog mostrando as funções de alguns  instrumentos , e na postagem acima  como funcionam todos eles juntos , agora chegou a hora de você comandar essa engenhoca  chamada de  Bateria !

O Link contém fotos , entrevista ,  execuções de instrumentos individualmente filmados , o percurso da bateria e claro ,  te dá a oportunidade de brincar com a bateria da Grande Rio .

O APLICATIVO :  é uma grande brincadeira , na qual você tem o controle da bateria da grande . Pode alterar os  instrumentos a serem tocados   e a combinação que desejar , além de poder deixar todos tocando juntos .

Chegou a sua hora de comandar , vá em frente e se divirta :  http://carnaval.ig.com.br/rio/veja+como+funciona+a+bateria+da+grande+rio/n1238013007058.html
 

Entenda a bateria de Mestre Ciça

Passadas  explicações de como funcionam alguns instrumentos numa bateria , levarei vocês a um breve video feito pelo Jornal Nacional , com o mestre Ciça , na época comandante da bateria da Unidos do Viradouro ( 2005 ) .  Na rápida entrevista ,  Mestre Ciça explica as funções de algumas peças e pede  para seus ritmistas executarem as batidas . A matéria também trata de mostrar o posicionamento dos ritmistas no dia do desfile . Rápida  , objetiva e encantadora , confira a reportagem !

Instrumentos parte 4 - TAMBORIM

Agora , vamos mais a frente da bateria  pra entender um pouco mais do tamborim .

O tamborim , é o instrumento mais agudo de uma bateria . Caracterizado pela sua sincronização total nos desenhos e convenções , costumam a ser tocados por em média 40 ritmistas .

Existem 3 modos de tocar tamborim , porém 2 mais comuns . São os chamados " 3 por 1 " e " 2 por 1 " . No meio de uma ala de tamborins , é possível achar adeptos variados dos 2 estilos , mas isso não costuma prejudicar ..

É um instrumento muito apaixonante , principalmente por quem olha de fora da bateria , então pra não ficarmos no desejo, colocarei  2 videos na sequência  para tentar apresentar essa complexidade que é o tamborim .

Primeiramente uma videoaula de tamborim , 2 por 1 , e 3 por 1 .

Agora , toda beleza de um desenho sendo colocado em prática por diversos ritmistas no ensaio técnico  da Portela , em 2012 .

Instrumentos parte 3 - SURDOS

Chegamos ao terceiro instrumento da saga ....

E agora vamos falar e entender um pouco sobre os surdos . Os surdos são os pilares de uma bateria ,  vem deles uma grande parte da responsabilidade de manter o  andamento do samba . Em grande maioria das baterias , existem 3 tipos de surdos , de primeira , segunda e terceira .

O surdo de primeira , é o " começo " da bateria , é a primeira batida , a base da bateria . É o surdo mais grave dos 3 ,  tocado no tempo fraco  do samba . Na maioria do desfile, se toca o surdo de primeira de forma " reta " , mudando  sua batida apenas nas viradadas , e claro , nas paradinhas .

O surdo de segunda é justamente a resposta do surdo de primeira . Importantíssimo para o andamento do samba também . Tem uma afinação média , e sua batida só varia na hora das paradinhas e algumas raras viradas .

O surdo de terceira , é o surdo mais " livre " dos 3 , que hoje em dia já não é tão livre assim . É o surdo mais agudo , tocado com muitas variações e muitas notas .  Digo que hoje em dia não são tão livres assim , pois estão sedo padronizados , unificando a forma de tocar , estão sendo " desenhados " assim como sempre foram os tamborins , porém os surdos de terceiras costumavam ser tocados " cada um por si  " . Particularmente eu acho que é  mais uma evolução do que  o " assassinato do improviso "

Ainda existem 2 exceções  com relação aos surdos , que veem da Mangueira e da Mocidade  .

Mangueira : a bateria não tem surdo de segunda , somente o tradicional " surdo um " e o surdo mór que executa uns cortes durante o samba , porém sua levada é bem diferente do surdo de terceira .

Mocidade : As marcações são  " invertidas " , enquanto na maioria das escolas , o surdo mais grave é o de primeira , na Mocidade o surdo mais grave é o de segunda , e consequentemente , o médio é a primeira" .

Agora a parte prática dos surdos de primeira , segunda e terceira ...

Instrumentos parte 2 - REPIQUES

Vamos ao segundo instrumento , da nossa pequena série....

O Repique é  um instrumento mais de "cozinha ", que não costuma ser ouvido , quando estamos avaliando  uma bateria por fora  . Mas por dentro , a coisa é bem diferente , a levada do repique soma muito bem a das caixas .

Não é um instrumento caracterizador de baterias , como a caixas e surdos , até mesmo por não ser tocado por muitas pessoas . Numa bateria de 300 ritmistas , existe uma média de 20 repiques .  Mesmo assim , os repiques não perdem a sua importância , aliás a importância do repique é a grande questão de ele ser tão respeitado  numa bateria .

Quando estamos tocando mais espalhados pela   bateria , e observamos repiques , costumamos esperar alguns floreios  , que ele sobressaia , que faça sempre alguma coisa diferente em meio as batidas predominantes de caixas e surdos .

Claro , que eu não ia deixar de lado os repiques de bossa né galera ? Pra quem não sabe , os repiques do bossa , são os ritmistas que tocam repique   geralmente no " corredor " da bateria . Vem deles a  " subida " da bateria . Tanto nas paradinhas do  samba quanto no esquenta , quando são exigidos , tem alguns segundos para cumprirem sua função , que sempre é bem ensaiada antes do desfile , o que faz todos( 2 , 4 , até 6 ) ficarem bem sincronizados . 

Entre os repiques de bossa , algumas baterias tem introduzido  o REPIQUE MÓR , que é um repique maior do que o normal , e com uma afinação bem diferente . A junção dos 2 tipos de repique com a levada das caixas , resultam num encontro rítmico muito interessante para ser apreciado .

Confira os 2 videos abaixo ...

Esquenta da bateria da Viradouro em 2011 ... esse é pra você se sentir dentro da bateria mesmo !

abaixo , levada de repique mór 

Instrumentos parte 1 - CAIXAS

Vamos a funcionalidade dos instrumentos , no meio da bateria ...

Começando pela  " caixa de guerra " , instrumento primordial para se fazer uma boa bateria  e de   maior quantidade em qualquer bateria (em média 100) . As caixas são grandes responsáveis pela cadência do samba , uma bateria com um bom nipe de caixas , tende a ser uma boa  bateria e alcançar as melhores notas.

A sincronização das caixas ,  é um dos trabalhos mais difíceis que os mestres de bateriam enfrentam  na perseguição pela nota máxima . Ela é tocada sempre  por 2 baquetas mas  varia no modo de execução  , uns tocam em cima , outros penduram no talabarte   e tocam em baixo , lembrando que cada escola tem sua batida padrão , mesmo não sendo exclusiva .

Se alguém te perguntar , como identificar uma bateria  , só escutando , qual será sua resposta ? Você já deve estar imaginando ... sim , por elas , pelas caixas . Pelo modo de tocar (reto , com rufada ,  em cima ou em baixo ) você já pode ter clara noção de qual bateria está se apresentando  .

No Rio de Janeiro , existem algumas levadas de caixa . Umas bastante parecidas  que chegam a ser confundidas , e outras completamentes distintas . As 2 que mais se destacam hoje  , tanto  sua forma  quanto sua   execução na sapucaí , são as da Mangueira e  TIjuca .
Abaixo, as levadas da Mangueira e Tijuca , confira !!!

MANGUEIRA I

TIJUCA

A BATERIA

Fevereiro ou Março , é o mês do carnaval . É quando o “ maior espetáculo da Terra “ invade televisões de mais de 60 países , sendo transmitido da Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro , berço do samba . A cada ano o carnaval evolui  constantemente , graças a dedicação de profissionais , que divididos por setores trabalham aproximadamente 8 meses para tudo funcionar em 80 minutos .

Um dos setores mais importantes da escola , a bateria , tem papel fundamental  dentro de um desfile e amplo destaque . Conhecida como o “coração da escola “ , é sempre o primeiro setor a começar os trabalhos para o ano seguinte . Cada bateria , costuma desfilar em média com 250 ritmistas , além do Mestre de bateria e os diretores (auxiliares, que ocupam o corredor da bateria e as laterais ) .

Com o começo dos ensaios , é hora de sincronizar e avaliar cada instrumento no geral  de uma bateria , caixas , repiques , surdos , cuícas , tamborins e chocalhos . Como o foco é o desfile , a padronização no modo de tocar  até  a  perfeita execução de bossas , é um processo demorado , onde cada ritmista também é avaliado individualmente .

Enfim é chegado o grande dia , por qual todos que gostam de carnaval esperam . Marquês de Sapucaí , com os olhos do mundo a observar o trabalho feito em meses . As baterias , são pontos altos dos desfiles , por suas bossas e rainhas sempre bem destacados pela mídia . O que não envolve muito a mídia , porém é o mais importante do desfile, é a passada pela cabine de jurados , onde cada bateria tem em média 5 minutos para garantir sua nota máxima, isso por 4 vezes durante todo o desfile . 

Depois do desfile , é só aguardar a quarta feira de cinzas, ( dia da apuração) e a abertura dos envelopes determinam um dia de alegria ou tristeza na quadra de tal escola . Todo ritmista,mestre,diretor fica na ansiedade e no desejo de obter os 40 pontos ( 10 em cada jurado ) mas a grande euforia fica por conta da posição final , podendo a escola voltar a desfilar no sábado das Campeãs ( que acontece no primeiro sábado após o carnaval com as 6 escolas mais bem colocadas do carnaval ) . 

No desfile das campeãs , o que fica evidente é a  alegria e descontração em ambos os setores de todas as escolas, o julgamento não é feito , portanto é um desfile só de comemoração , e as baterias  tendem a se soltar e atingir apresentações melhores .

Passado o desfile das campeãs ,vêem as possíveis contratações e mudanças , e um breve descanso . Mas só um breve descanso , 3 meses após o carnaval , recomeçam os ensaios. Para a bateria que perdeu décimos , trabalhos são feito pelos mestres sobre as justificativas , para que os deslizes não aconteçam novamente . E para as baterias que não perderam pontos e a direção  , o trabalho continua com o mesmo padrão , mas claro , sempre buscando a inovação , pois esse é o grande meio de satisfazer os julgadores e claro , os  ritmistas . .